Ideação e atuação: Raffaele Schettino
Dramaturgia: Raffaele Schettino e Mara Calcagni
Músicas: Raffaele Schettino, adaptação de musicas tradicionais
Textos: ‘Prometeu Acorrentado'– Ésquilo (tradução feita por Raffaele Schettino nas partes em português), Groucho Teatro
Cenografia e figurino: Groucho Teatro, Giada Conte
Illuminação: Groucho Teatro
Conselheiro de direção: Raffaele Schettino
Direção: Mara Calcagni
Produção: Groucho Teatro – Centro di Ricerca Teatrale
Duração: 45 minutos
Foto: BRUNO TETTO
Un hombre es abandonado en el desierto. Su nombre es Prometeo. Un Contahistorias camina, solitario, y con su guitarra canta el mito del hurto del fuego. Una historia de solidad y rebelión, en cual el cuento pasa directamente a la personificación de el contado. Dos personajes en escena, que interactúan dialécticamente en la escena de la Historia : Prometeo, el mítico semidiós que renunció a sus privilegios para una acción de libertad, y el Contahistorias, un hombre común, cuja rebelión se esconde en el cotidiano.
O mito
Prometeu lutou contra Cronos, senhor do Olimpo, junto com Zeus, para uma sociedade melhor. Zeus, pegado o poder, trai as expectativas dele e divide os privilégios entre os deuses, deixando os homens como bichos.
Prometeu assume o próprio destino: doa o fogo aos mortais contra a vontade dos deuses do Olimpo. Por isto Zeus o condena e o acorrenta a uma rocha no Cáucaso árido; um águia come o fígado dele, eternamente. O fogo para os homens, até aquele momento 'indefesos como as crianças', é símbolo e objeto de sapiência, de Memória. A recusa da injustiça, o amor pela humanidade, a irrimediaveldade do próprio destino, o movem à ação e ela quebra a realidade em duas partes: salvação e condena. Ele conhece o segredo da próxima queda de Zeus, mas a sua obstinação rebele não lhe deixa revelar, mesmo que desta maneira pudesse ser liberto do sofrimento.
O espetáculo conta de um homem que foi abandonado por Deus no deserto. Prometeu fala uma língua que quase ninguém hoje pode entender: o grego antigo, uma língua morta, o eco de um grito mudo de rebelião. Como o eco tem a força de ressonar além da distância, assim as palavras de Prometeu vibram na consciência do público além do sentido.
O Prometeu dos tempos antigos anda por as ilhas sem tempo de todos os lugares, onde há um poder dominante que quer manter os homens na ignorância. Chega até o presente, onde ainda têm heróis que pegam o peso das correntes dos oprimidos: os revolucionares do nosso tempo.
"Prometeu somos nos, sou eu. A necessidade das ações dele, finalizadas à justiça dos oprimidos, tem o equivalente em todas as avanguárdias do presente e do passado. Prometeu rouba o fogo do conhecimento aos poderosos, é condenado por isto e paga a emancipação da multidão oprimida. O Poder vai o acorrentar: o Poder, braço executivo da nova lei, materializa a própria função para punir quem ousou discutir as regras injustas da escravidão".
Então Ésquilo, nosso antigo relativo, continua vivendo na atualidade como todos os escritores da antiga Grécia. O segredo é a escritura deles baseada nos arquétipos, argumento que o espetáculo de Groucho Teatro propõe de investigar. A busca dos arquétipos conteúdos no texto de Esquilo e a atualização deles é um dos objetivos que o espetáculo vai propondo.
O espetáculo é influenciado pelo treinamento energético com a dança dos Orixás, seguindo a linha de pesquisa de Augusto Omolú, ator do Odin Teatret dirigido por E.Barba. E' uma experimentação de como a busca dos arquétipos, através dos princípios de Antropologia Teatral da dança dos Orixás, acaba revelando as diversas qualidades das energias potenciáveis do ator, que se manifestam no momento da criação das ações físicas e vocais para o espetáculo. A atualização da linguagem cênica enriquece o espetáculo através da interação do ator com três vídeos projeções.
O Prometeu em Blues é sim um trabalho de "teatro pobre", no qual o centro é o ator, mas também ele não evita as possibilidades técnicas modernas. Assim há algumas projeções no espetáculo, cenário contemporâneo do destino de Prometeu, com as quais o ator interage dialeticamente. O valor do Prometeu está na sua atualidade: ele é uma avanguárdia, a necessidade dele de se rebelar contra a tirania cria graves conseqüências, que ele sofre sem se arrepender para a ação feita. A ação dele, planejada e científica, que é estimulada pelo amor pela humanidade, quebra a realidade plana e resignada, gerando um Bem (o fogo, símbolo do conhecimento, que liberta os homens) e um Mal (a punição do deus, que quer ter a exclusiva da sapiência). Prometeu, por necessidade, por destino, agüenta o peso das cadeias da própria ação coletiva.
A língua do espetáculo é o grego antigo (texto original de Ésquilo) na maior parte. As outras partes podem ser atuadas em italiano, português, espanhol ou inglês.
• Tem uma versão para SALA (teatros ou espaços não convencionais) e uma versão itinerante para RUA (montaje do espectáculo específico para saìdas na rua)
Estréia: Fringe, Festival de Curitiba 2007 (Brasil).
Como espetáculo foi apresentado:
2007
Brasil:
Curitiba, Fringe, March 2007 (première, 6 repliche)
Bolivia :
La Paz , Teatro de Camara – Abril 2007, patrocinio della embajada de Italia en Bolivia (4 repliche)
Santa Cruz de la Sierra , Café Lorca, sala de teatro Federico Garcia Lorca - Abril 2007 (2 repliche)
Argentina:
Buenos Aires, Teatro Baldio, May 2007
Italia:
Carpi, Ekidna, July 2007
Roma, Ass. Cult. ex Lavanderia, July 2007
Roma, Teatro Ygramul, October 2007
2008
Bolivia:
FITAZ 2008, La Paz , Aprile 2008, patrocinio dell'ambasciata italiana in Bolivia
Perù:
Festival de Teatro de la UCSUR , Lima, Aprile 2008, patrocinato da Teatro Cuatrotablas
FITECA 2008, May 2008, patrocinato da Teatro Cuatrotablas
XI encuentro internacional de teatro de grupo en Ayacucho, Novembre 2008
Italia:
Festival di teatro indipendente, Roma, Giugno 2008
Festival di teatro indipendente ‘Fuori dal Comune', Roma, Giugno 2008
Festival GO!V municipio, Roma, Giugno 2008
Festival Arterie 2008, Cantalupo in Sabina (RI), settembre 2008
Festival Salerno Invita, Salerno, settembre 2008
Abraxa Teatro, Roma, ottobre 2008
Festival Abito in Scena (finalista), Potenza, ottobre 2008
Então, em quanto grupo, tudo está feito por as mãos dos membros do grupo. O processo artesanal de criação artística, então, não vai se limitando á criação das partituras cênicas e á montagem delas (direção), mas fica também na criação da cenografia e dos figurinos, da iluminação e na organização administrativa em geral do grupo. Isto processo vem testemunhado ao publico nas apresentações: Prometeu em Blues, a pesar da ser um solo, é uma testemunha desse 'pulmão coral', que respira no ritual cotidiano do grupo, entre as suas relações sociais, dentro e fora dele.
O processo de afinamento e montagem do espetáculo seguiu a metodologia de se enriquecer através dos conselhos e opiniões das pessoas que o acompanharam durante o seu desenvolvimento. O seu processo de desenvolvimento muito deve a esta metodologia de "apresentação com retornos". Entre os outros, aqui queremos citar (e agradecer) Antonello Antonante (diretor do Teatro do Acquario, Cosenza), Carla Filosa, Carlos Simioni (ator-pesquisador do Lume Teatro, Campinas), Dimir Viana (diretor do Teatro Albatroz, Belo Horizonte), Lau Santos, Naira Gonzalez (diretriz do Centro Teatrale Umbro), Norberto Presta (Via Rosse), Tony d'Urso.
Com esta finalidade, para ter um retorno em qualidade de troca profissional, ‘Prometeu em Blues' já foi apresentado para convidados, em forma de estudo, nos seguintes lugares:
Itália:
Roma – Arci Nazionale
Bologna – Palazzo del Paleotto, Xm 24 occupato
L'Aquila – Brucaliffo Teatro
Cosenza – Centro RAT (Ricerca Arte Teatrale), Teatro dell'Acquario
Veneza – Nodo Teatro
Gubbio - Centro Teatrale Umbro
Modena: Ass. Cult. Ekidna
Milano: CIRT (Centro indipendente di ricerca teatrale)
Brasil:
Campinas (SP): Taba das Artes, Espaço Semente
São Paulo: USP
Belo Horizonte (MG): Centro Cultural UFMG
Diamantina (MG): Escola das oficinas
Nova Lima (MG): Encontro Internacional de Teatro 'Linha Trasversal'
Rio de Janeiro: Casa do Teatro de Anônimo
Salvador de Bahia: sede temporanea de Groucho Teatro
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